domingo, 3 de agosto de 2008

BANAL

J. S. é um rapaz de 18 anos. Possui 3 irmãos mais novos, duas meninas e um menino. Pais divorciados, família de classe média baixa. Trabalha meio período como caixa numa loja de conveniências de um posto de combustível. Estuda para ter um futuro melhor. “Persiga o futuro para não ser esmagado pelo presente”.

J. S. não possui amigos, nem namorada. Até tentou, mas concluiu que não valia o custo-benefício. Nos finais de semana, bebe em um terreno baldio próximo a sua casa. As costas encostadas contra o muro frio, as roupas molhadas pelo sereno. Serenidade... O barulho dos grilos é sobrepujado pelo som de seu MP3.

No dia seguinte, ele acorda cedo. Repete sua rotina. Anda até o ponto de ônibus. Repara num outdoor novo. Na imagem, uma moça anda de bicicleta, com os braços abertos e o tronco inclinado para trás. Parece se sentir tão livre. Parece haver tanta poesia naquela cena. Não lê o slogan... Por que será que ela se sentia tão livre? Se tivesse que arriscar, diria que era uma manhã de outono.

J. S. ouve uma freada brusca. Sente um primeiro impacto na altura de seus joelhos, o tronco bate contra o capô e a cabeça contra o pára-brisa. Seguem-se alguns segundos de silêncio e, deitado no asfalto, ele não tem dúvidas: aquele é o dia mais bonito de sua vida.

2 comentários:

Anônimo disse...

Fiquei mto curiosa com o nome dele...
Pq J.S? e quem eh ele?

Anônimo disse...

Saquei...teste[2]